ABSTRACT
JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: A hipotensäo arterial induzida é uma técnica eficaz para diminuir o sangramento durante atos cirúrgicos. A clonidina é um a2-agonista de açäo central que já se mostrou segura em anestesia. O objetivo deste estudo foi verificar a eficiência da clonidina por via venosa como droga principal na hipotensäo arterial controlada. MÉTODO: Participaram do estudo prospectivo e duplamente encoberto, 36 pacientes de ambos os sexos, estado físico ASA I e II, divididos aleatoriamente em três grupos de 12 pacientes que receberam medicaçäo pré-anestésica: clonidina 3 æg.kg-1 (C3), clonidina 5 æg.kg-1 (C5) ou soluçäo fisiológica a 0,9 por cento (Controle) 15 minutos antes da induçäo anestésica. A manutençäo anestésica foi feita com isoflurano até a concentraçäo máxima de 2 por cento. Foram anotados a PA e a FC antes, com 1 e 5 minutos após a induçäo e a cada 5 minutos de anestesia. Pacientes há mais de 15 minutos recebendo isoflurano a 2 por cento e que näo apresentaram PAS menor que 80 mmHg receberam nitroprussiato de sódio para induçäo da hipotensäo arterial. RESULTADOS: Três pacientes (25 por cento) no grupo C3 , um (8 por cento) no grupo C5 e oito (66 por cento) no grupo controle necessitaram de nitroprussiato de sódio. A dose total de nitroprussiato para se induzir hipotensäo arterial no grupo controle foi maior do que nos grupos C3 e C5 (p < 0,01). A incidência de complicações foi semelhante nos três grupos. CONCLUSÕES: A clonidina por via venosa pode levar à hipotensäo arterial induzida em cirurgias de timpanoplastias utilizando-se técnica de anestesia balanceada com concentraçäo de isoflurano limitada em 2 por cento. Nas condições deste estudo, a clonidina näo influenciou a qualidade anestésica e o tempo de despertar